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Açúcar, um inimigo a abater

Quando provamos algo doce é comum sentirmos um sabor agradável ao paladar, que nos faz recordar um sabor bem familiar e a que fomos habituados desde cedo com o leite materno.

No entanto, embora precisemos de doses moderadas de açúcar para assegurar certas funções vitais, nomeadamente o funcionamento do cérebro, quando este nutriente é consumido numa dose superior à que precisamos, não só engorda como nos envelhece e compromete processos cognitivos. 

Quando entra no nosso organismo, como qualquer hidrato de carbono simples, é transformado em glicose, passando diretamente dos intestinos para a corrente sanguínea a fim de ser utilizado como "energia rápida" utilizada maioritariamente pelo fígado. O excesso é convertido em gordura.

A Organização Mundial de Saúde recomenda que o consumo de açúcar não ultrapasse 10% das calorias ingeridas diariamente. Atualmente, o consumo de açúcar é tão exagerado que tem vindo a ser responsável por cada vez mais mortes em todo o mundo. Quando há excesso de açúcar, o pâncreas é sobrecarregado com a produção de insulina para que a glicose seja transportada para dentro das células e utilizada como combustível. O excesso de açúcar associado a um estilo de vida sedentário faz com que as células se tornem cada vez mais resistentes à insulina. Como consequência vão resultando processos inflamatórios que contribuem para o aparecimento de doenças cardíacas, diabetes, obesidade, demência e até cancro.

Os alimentos processados feitos predominantemente à base de farinha e açúcar refinados e desprovidos de fibra são dos alimentos que mais se devem temer. Entram rapidamente na corrente sanguínea e quando os níveis de açúcar atingem o pico, o excesso é transportado para ser armazenado sob a forma de gordura abdominal. Este excesso de glicose que circula pelo corpo liga-se a proteínas, inchando células que por sua vez vão comprimir nervos e provocar inflamações, interferindo e debilitando o sistema imunitário. Se uma grande parte dos agentes responsáveis por combaterem inflamações estão em alerta e são mobilizados para combater este tipo de inflamações, ao ser detetada uma outra situação de inflamação os restantes agentes não vão funcionar corretamente.

Sempre que se ingerem calorias a mais há um aumento do peso. Mas se estas calorias são obtidas sob a forma de açúcar, nomeadamente doces e refrigerantes (cada 340 ml tem a mesma quantidade de hidratos de carbono que 10 colheres de chá de açúcar) o cérebro é estimulado de forma a libertar químicos do prazer como a dopamina, a seretonina e endorfinas que atuam nos centros de recompensa do cérebro e que, consequentemente, fazem com que tenha vontade de ingerir cada vez mais açúcar para obtenção destes químicos. Tratando-se de um comportamento semelhante a alguém dependente de drogas.

Quando o corpo perde a capacidade de metabolizar o açúcar e se torna resistente à insulina (hormona que regula a entrada de açúcar nas células), ou não produz insulina suficiente para manter um nível de glicose normal, estamos perante um caso de diabetes tipo 2 (influenciado pelo estilo de vida).

No caso da diabetes tipo 2, mesmo nos estados iniciais, os elevados níveis de insulina que acontecem sempre após a ingestão destes alimentos podem danificar os pequenos vasos e prejudicar a circulação sanguínea no cérebro.

Vários estudos sugerem ainda que a toxicidade inerente ao consumo destes açúcares compromete a performance cognitiva e neural e poderá estar associada a demências como a doença de Alzheimer.

No que toca ao cancro, sempre que o açúcar no sangue é elevado e há muita insulina a circular as células cancerígenas recebem aquilo que precisam para se desenvolverem e se espalharem.

Dada a grande relação entre o consumo exagerado de açúcar, a obesidade, a diabetes, as doenças cardíacas, a demência e o cancro, a Personal Trainers Algarve recomenda que adote um estilo de vida saudável que inclua uma dieta equilibrada e exercício físico orientado e regular.