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POSTURA, ALINHAMENTO E EXERCÍCIO

A postura pode ser definida como o alinhamento de todos os segmentos corporais num determinado período no tempo. O alinhamento, em pé, deverá ser o mais perto de vertical para todos os segmentos corporais para que a linha da gravidade passe próximo dos eixos de várias articulações. (Kendall, McCreary e Provance, 1993)

No treino, a postura “ideal” deve permitir manter o equilíbrio e balanço nas diferentes posições com o mínimo de esforço sobre o sistema músculo-esquelético e sem desconforto. (Pausic, Pedisic e Dizdar, 2010)

Não sendo sempre possível atingir esta postura “ideal” com todos os clientes, é de importância maior conhecer as características individuais do sujeito: a sua estrutura e forma como o sujeito funciona dentro da sua base de equilíbrio - as limitações de mobilidade e estabilidade - para desta forma trabalhar na otimização da postura individual procurando uma interligação mais eficiente e funcional dos diferentes segmentos corporais tendo em conta o passado do sujeito e as limitações estruturais. (R. Ruivo, Manual de Avaliação e Prescrição de Exercício, 2018)

Tal como o movimento, a postura resulta da forma como as tensões criadas pelo sistema músculo-esquelética interagem com os sistemas de alavancas do corpo e com os sistemas fascial e articular. O sistema nervoso envia através de atividade consciente ou reflexa, estímulos que mantêm os músculos num determinado estado de contração, o que serve de base á postura (Gray Cook, Movement, 2010). Apesar da colocação dos segmentos ósseos em pilha, estes sem a tensão gerada pelos tecidos moles não se aguentariam, sendo estes tidos como agentes passivos na regulação postural. Esta regulação por parte do sistema nervoso-mio-fascial permite uma maior flexibilidade de soluções, apresentado mais resiliência a diferentes pressões assim como a redistribuição da tensão por todo o sistema. Desta forma a quando o estímulo é demasiado forte (ex. Demasiada carga) a estrutura poderá quebrar em pontos diferentes ao longo do sistema (T. Myers, Anatomy Trains, 2014). Estas quebras poderão ser visíveis como falhas de alinhamento e evidenciarão o elo mais fraco na cadeia - aquele componente cuja melhoria trará a melhoria na função de todo o sistema.

O exercício deve então influenciar de forma positiva a tensão muscular produzindo eficiência no movimento e no controlo motor. Por sua vez uma tensão correta para as necessidades melhorará o alinhamento, a velocidade de reação e a economia energética no movimento. (G. Cook, Movement, 2010)

Para isto durante o exercício deve ser tomada em especial atenção o alinhamento dos vários segmentos e a progressão do exercício num sentido de aumentar as dificuldades de estabilidade á medida que o sujeito se adapta às mesmas.

É também essencial o treino dos músculos estabilizadores que têm como função principal a manutenção da posição do tronco estático ou em movimento e evitar movimentos indesejados e compensatórios (R. Ruivo, Manual de Avaliação e Prescrição de Exercício, 2018)

 

Alexandre Lourenço