DOENÇAS ALÉRGICAS E O DESPORTO
A prática de atividade física é um fator essencial no desenvolvimento harmonioso de qualquer jovem adulto. Estes devem praticar diariamente cerca de 30 minutos de atividade física de intensidade moderada a vigorosa. Algo que, nos dias que correm, sabemos que não é cumprido pela sua maioria. Os jovens adultos mais ativos têm uma maior aptidão cardiorrespiratória comparativamente com os sedentários.
Os indivíduos com alergias enfrentam desafios especiais para tentarem gerir os sintomas induzidos pelo exercício durante a prática desportiva. O exercício desencadeia sintomas que prejudicam o desempenho desportivo. A hipersensibilidade induzida pelo exercício físico inclui diversas doenças alérgicas, tais como a asma/broncoconstrição induzida pelo exercício, rinite associada ao exercício, anafilaxia induzida pelo exercício e urticária. Estes problemas afetam tanto indivíduos que praticam desporto de forma recreativa como de alta competição. Atualmente a asma/broncoconstrição é a condição crónica mais frequente entre os atletas olímpicos (Fitch, 2012). O esforço físico é um dos muitos estímulos que podem produzir episódios de obstrução das vias aéreas em pessoas com asma. Os asmáticos podem ter menor tolerância ao exercício devido ao agravamento dos sintomas da asma durante a prática desportiva.
Diversos artigos científicos corroboram a ideia de que o exercício físico ajuda a melhorar a aptidão cardiorrespiratória, inflamação alérgica respiratória e a qualidade de vida. Posto isto, devem ser solicitados todos os esforços de forma a tratar sintomas induzidos pelo exercício, a fim de permitir a todos os indivíduos com doenças alérgicas a prática de exercício físico sem receio de agravamento dos sintomas.
A rinite é caracterizada pela inflamação da mucosa nasal e pela presença de um ou mais sintomas de congestão nasal, rinorreia anterior (“pingo”) e/ou posterior, esternutos (espirros) e prurido (comichão) nasal (Bousquet et al. 2008). Esta atinge cerca de 10-20% da população geral e tem uma maior prevalência em atletas de alta competição (Delgado, Moreira & Capão, 2006). Os atletas com rinite, se apresentarem obstrução nasal, normalmente referem sofrer de distúrbios do sono, sonolência diurna e fadiga que podem prejudicar o seu desempenho (Schwartz, 2008). Durante a prática desportiva é muito frequente a ocorrência de sintomas nasais. A ativação do sistema nervoso simpático induz uma melhoria da eficiência respiratória nasal. Na prática de desporto no exterior, com o aumento da ventilação e da frequência respiratória durante a atividade física, é maior a exposição a aeroalergénios e a componentes irritativos da poluição atmosférica.
O exercício é um estímulo físico capaz de despoletar síndromes do tipo alérgico. É fundamental que seja fornecido ao treinador/Personal Trainer um relatório médico com a identificação dos diagnósticos, terapêutica regular e sobretudo com um plano de atuação em caso de crise. Assim em conjunto o treinador/Personal Trainer juntamente com o médico podem trabalhar na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos que sofrem de alergias.
Ana Rita Cativo