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SABES COMO RESPIRAR?

Desde o momento em que nascemos, nós sabemos respirar. É algo natural, mas que vai mudando ao longo da vida. Será que sabes respirar bem?

 

Deves estar a pensar que esta é uma pergunta com rasteira, e tens toda a razão. Todos nós sabemos como respirar, mas existe a grande probabilidade de não percebermos a importância dessa ação no nosso bem-estar. Tanto seja a fazer uma tarefa doméstica, como a treinar.

 

A respiração tem sido alvo de estudo por muitos anos. Uma respiração correta vai influenciar os dados recebidos pelo nosso Sistema Nervoso Autónomo (SNA), que controla as ações inconscientes no nosso corpo. Relacionado com o SNA está a digestão, o batimento cardíaco, a pressão sanguínea, entre outros. Por isso, de forma lógica, a respiração pode afetar todos estes mecanismos do nosso corpo para o bem ou para o mal.

 

Para além disso, está comprovado cientificamente que a respiração, quando bem feita, pode diminuir tensões musculares, stress, fadiga, pode promover energia e a concentração e pode ainda melhorar o sono. É precisamente por isso que práticas como o Yoga, o Tai-chi e a respiração consciente são tão importantes para o ser humano e estão tão em voga.

 

Os princípios da respiração vêm de uma técnica ancestral relacionado com o Yoga, chamada Pranayama. Existem vários tipos de respiração, sendo que não iremos explorar todas, mas a mais basilar é a respiração diafragmática. É, no fundo, a que os bebés fazem e que é visível com o subir e descer das suas barrigas. Por outras palavras, é respirar da barriga ao invés do peito. Ao longo da nossa vida, tendemos a perder essa técnica de respiração com que nascemos devido ao ambiente cultural que nos rodeia e ao desenvolvimento de maus hábitos, como a má postura, mais precisamente o curvar das costas.

 

Já sabemos que o oxigénio dá poder a qualquer performance. Seja numa corrida pelo parque ou numa prova de competição, a importância da respiração é sempre a mesma. A corrida, por exemplo, faz com que o teu corpo use mais oxigênio e, muitas vezes, a tendência é recorrer a uma respiração mais superficial. Isso leva o teu corpo a sentir-se mais stressado. Dessa forma, o ideal é “respirar pela barriga”, o que te vai dar mais energia.

 

A utilização do peito para respirar causa geralmente uma respiração mais curta e superficial, ao contrário de uma respiração mais longa que leva mais oxigénio aos músculos. É precisamente aqui que se centram os erros mais comuns da respiração no momento da prática do exercício físico: a respiração vinda do peito, a respiração superficial, a falta de ritmo e o suster da respiração.

Normalmente, a tendência de suster a respiração existe principalmente em exercícios de força, como os levantamentos de pesos, os abdominais e as pranchas. Neste último em específico, o ato de prender a respiração é utilizado para estabilizar o torso e conseguir manter a forma à medida que o exercício continua. A verdade, no entanto, é que ao fazê-lo, estamos a produzir o resultado oposto, uma vez que a respiração permite que os músculos frontais, como os oblíquos, façam o seu trabalho mais facilmente, tornando-a mais efetiva. Já para treinos HIIT- treinos de alta intensidade-, a respiração pelo nariz é a mais indicada, uma vez que o excesso de ar rápido que entra pela boca faz com que as células não consigam receber todo o oxigénio ao mesmo ritmo.

 

Agora que já te falamos por alto da importância da respiração na prática de exercício físico (e na vida em geral), está na hora de examinares os teus hábitos e de ficares mais consciente da forma como respiras. Há inúmeros benefícios em fazer exercícios de respiração e é fundamental dar-lhes a devida importância.

 

Alexandre Ichim