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Exercício físico e o tratamento de álcool e drogas

O exercício é uma ferramenta poderosa para a saúde mental. Foi demonstrado que melhora o humor, alivia o stress e a depressão, aumenta a criatividade e a cognição e até tornam terapias mais eficazes, entre outros benefícios.

Agora, uma nova pesquisa sugere que a atividade física também pode ajudar as pessoas a reduzir o uso de drogas e álcool. Adicionar atividade física ao tratamento tradicional para transtorno de uso de substâncias parece levar a melhores resultados.

O tratamento para uso de substâncias "é muitas vezes centrado na saúde psicológica. A saúde física às vezes é deixada de lado", diz Florence Piché, uma candidata a doutorado em atividade física na Universidade de Montreal. A sua pesquisa, no entanto, sugere que a combinação dos dois pode ser mais eficaz.

A revisão, publicada na PLOS ONE, examinou 43 estudos publicados anteriormente sobre programas de tratamento para uso de álcool ou narcóticos (como tratamento residencial ou desintoxicação supervisionada) que incluíam um componente de exercício. Correr foi a forma de exercício mais estudada, mas alguns estudos também testaram ioga, ciclismo, treino de força, caminhada e outros tipos de movimento. A regularidade mais estudada era de três sessões de 60 minutos por semana, mas isso também variava um pouco.

Dezasseis dos artigos analisaram se as pessoas que seguiram um regime de exercícios além do tratamento típico pararam ou reduziram significativamente o uso de substâncias — e em 75% desses estudos, elas o fizeram. 

Este estudo não é uma novidade, como sabem. Uma meta-análise de 2014 também demonstrou que os exercícios podem tornar as pessoas mais propensas a se abster do uso de drogas, álcool ou tabaco e menos propensas a apresentar sintomas de abstinência, levando os autores a concluir que pode ser um complemento eficaz para outros programas de tratamento.

Cláudio Mocho