Treino de Força na preparação para corrida: Ciência ou Mito
Nos últimos anos temos vindo a assistir a um aumento do número de praticantes de corrida, que de uma forma regular a usam para melhorar o seu corpo ou como atividade física de eleição. Curiosamente, a corrida está na moda, no entanto, estes entusiastas da corrida não se questionam se a sua estrutura corporal está predisposta e otimizada para esta complexa ação motora.
Quero melhorar a minha corrida
Surge a questão: Será que o nosso corpo (estrutura neuro-muscular-articular) está pronto?
Entre profissionais de desporto é consensual que a corrida tem exigências técnicas que só se concretizam com treino e que é de suma importância uma estrutura com capacidade de absorver os impactos produzidos por cada passada, de modo a evitar lesões e dores.
Neste artigo a Personal Trainers vai esclarecer a importância do treino de força na otimização da corrida e na preparação da estrutura neuro-muscular-articular.
Correr é física a acontecer, implica a gestão das forças externas a entrar no corpo e a gestão que os músculos fazem ao contrair de forma a tolerar as forças de impacto induzidas em cada passada.
Portanto, treinar para correr implica treinar o corpo, isto é, otimizar os músculos de forma a tolerar este jogo de forças.
Há certos mitos que ainda estão presentes e que levam o praticante de corrida a descurar o treino de força:
1. Treinar força encurta os músculos e deixa o praticante mais lento, portanto reduz a performance;
2.Treinar força retira tempo à prática especifica de corrida portanto não é determinante;
3. Treinar força induz hipertrofia, portanto antagónico ao morfotipo do corredor.
Estas afirmações não têm rigor científico e promovem hábitos promotores de lesão. Em contraponto estimulação/otimização da contração muscular (treino de força) assume-se com rigor científico fundamental para:
1. Permitir que as contrações musculares voluntárias se tornem conscientes o que otimiza a passada, a estabilidade musculo-articular e a mobilidade.
2. A progressão dentro do treino de força induz alterações metabólicas e estruturais locais que evoluem para melhorias sistémicas, nomeadamente sobre o sistema cardiovascular.
3. O treino de força adaptado à individualidade biológica e à especificidade da corrida não provoca “encurtamento” dos tecidos, pelo contrário, permite estruturas mais preparadas em diferentes ângulos articulares.
4. O treino de força não torna o praticante mais lento. A velocidade depende de fatores genéticos, mecânicos e de habilidade específica.
5. A força muscular é comum a qualquer tecido saudável e um dos coadjuvantes à hipertrofia muscular pela estimulação de vias de síntese proteica. Portanto, se mais saudável significa melhor contractilidade e melhor contração mais força e se correr exige força e contração muscular deve-se entender que melhorar a força nunca pode pode ser prejudicial ao rendimento da corrida.
Concluindo, o ato de correr é, portanto, um jogo de forças: forças externas provocadas pelo impacto e forças internas. Há necessidade de haver controlo e gestão por parte do sistema neuromuscular para controlar e estabilizar as articulações, para isso ser possivel com eficácia o treino de força é fundamental.
Quero um treino específico para melhorar a corrida
Num acompanhamento especializado e feito pela Personal Trainers será efetuada uma avaliação física, que irá identificar o seu padrão de corrida, para ser otimizado. Vamos ajudá-lo (a) com um plano de treino só seu e adaptado à sua individualidade biológica, verá todo o seu processo de treino organizado para treinar com significado e obter resultados ao nível da performance.
Comece já hoje a corrida que vai mudar a sua vida!
Texto de Miguel Paiva